A "liba antiga": Dossiê "Terra de Ninguém"

Percebo que hoje em dia virou moda falar "na minha época não era assim". A percepção e conceito de tempo dessas pessoas deve estar distorcida, pois muitos se referem a simples meses atrás.
Digo isso pois, como braço direito e orientador na investigação da gossip girl frequento a liba regularmente desde os anos 90. Eu sim posso falar alguma coisa. A pirralhada não.
De 2006 para cá muita coisa aconteceu. A economia cresceu, a humanidade se expandiu...e a liba seguiu o curso da história. Muitos novatos apareceram e os antigos frequentadores foram desaparecendo lentamente até o ponto de certos engraçadinhos e pseudo-dominadores considerarem a história deles como única. Verdade seja dita: de lá para cá aquela pracinha ficou um lixo. Vômitos de piratas por todos os cantos, esnobismo, ignorância, hipocrisia e intolerância por todos os cantos do coração da meninada.
Me lembro que, quando pensei em fazer parte da tripulação pirata, pensei: wow, eles são tão organizados; prometem ser a luz daqui. Na semana seguinte desisti da idéia.
Antigamente não era assim. Bebíamos saquê, fazíamos parte da cultura local de maneira cooperativa e todos eram amigos de todos. "Antes a gente era criança", diz Dragon, um dos garotos da época (entrevista realizada no mês de julho). "Hoje muito do que tem lá se parece com o nosso Planalto: corrupção, hipocrisia e achismo. Não é a toa que aquilo virou uma terra de ninguém", completa. Drogas? Nem pensar.
Quando um rapaz, o famosíssimo e camarada Naruto autoproclamou-se Lestat, o Vampiro, todo mundo se chocou. Um gótico na liberdade? Raridade! Mesmo assim ele era um dos reis do local.
Trowa, hoje conhecido como Rogério Char era um otaku filósofo em plenos 14 anos (eu acho que era 14), o que lhe rendeu fama de estrategista e...cafajeste; quem o conheceu chega a lamentar o estado dele hoje. Porém em termos de galanteio ninguém superava o Milléo.
Voltando ainda mais no tempo, bacana era encontrar o pessoal do Cosplay Brasil na liba. Eram passeios gostosos em tamanho família.
Voltando a meados de 97, quando os tokufãs e colecionadores se encontravam...antigamente a galera era mais civilizada.

Mas hoje, ah hoje...eu me divirto. Vou continuar anotando as pérolas da tragicomédia liberdadeana. Com licensa.

Por que eu não descrevi com mais especificidade as outras épocas? Porque é desnecessário. Quem viveu, viveu.